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POESIAS CABARELIANAS
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Por Karla F Loureiro
INÍCIO (com o toque de Henry Miller)
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Entre contos eternos e falta de sonho
O sono falta e faz tudo sobrar.
Cheiro , som , corpo , tato...
Em cada esquina esbarra-se.
Aos berros grito silenciosamente.
Quem tiver ouvidos ouça!
Certeza de que nada existe
(Nem mesmo o vinho que me alucina)
E tudo inexiste de uma forma
Tão mais intensa que posso tocar.
Qualquer sentimento transformado...
Me visto de tudo que não sei
Sei de tanta coisa que não faço,
A intenção é sentir-me plena
Sinto-me tão completa por faltar-me algo
Isso me instiga , me coça ,
Fervilha o meu sangue e eu crio:
Filhos , bichos , vermes
E alguma poesia...
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Ninfa (De Angelo Boronzino)
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ENTRE A DÚVIDA E A RAZÃO
Por Christina Rodrigues
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Ele chega e me vira do avesso
Então olha sem pudor meu útero,
Meus ovários, meu coração.
Sabe que está gravado nele.
Nao só seu nome!Ele inteiro.
Me sinto frágil!
Não sou mais dona de mim mesmo!
Sou perdas e danos,
Sou luta vencida,
Pelos meus buracos.
Ele me abre.
Me invade e acaba com meus segredos.
Com os mistérios
Que eu tinha para conquistá-lo.
Acaba com meus medos
E implanta o terror.
E com isso eu gozo!
Eu me entrego!
Eu sou sua.
E nunca mais de mim mesma.
Sou só o avesso.
O verso
O transverso
O esquerdo.
Até ele ir embora
se nutrir de sua solidão
E me deixar só
Com uma página branca
Brincando de confidente comigo.
De castigo
Entre a dúvida e a razão.
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Anjos caídos (De R. Simões)
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LIBERDADE
Por Gênice Suavi
A Liberdade de estar em si mesmo,
de ser a si mesmo sem medos ou preconceitos!
Sem máscaras ou dúvidas!
Um encontro junto deste imenso
Universo que brilha resplandecente aos nossos olhos!
Liberdade! A chama que conduz ao máximo de cada um!
Que queima ardentemente em nosso cansado coração!
Que luta com todas as suas forças para se realizar,
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na própria Essência!
O brilho que muitos insistem em apagar - a Liberdade de Ser!
Criando conflitos internos, na busca incessante da felicidade,
e esta, só aparece, quando se é livre das algemas
que foram criadas ao longo do caminho percorrido!
Ah Liberdade!
O quão completa és!
Um alívio para quem consegue viver e sentir no coração,
o valor da Verdadeira Liberdade!!!
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PENSANDO BEM
Por R.Simões
Pensando bem
Ligado além
Sem um tostão
Assim qué bão
Se a costela
Do teu ladinho
Tá bem quentinha
E é gostosinha.
Pensando bem
De alegre vem
Uma vontadede te morder
Não há saudade
Nem vaidade
Prá que sofrer?
Se o dia é claro
E o quarto escuro
E eu com você
Fazendo o que
O corpo manda
E prá quem ama
Pensando bem
Pensando nada
Estando além.
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QUE VALOR?
Por Luca Oliveira
Que valor terá?
A força e o saber
A coragem e o “ter”
O conquistar e o vencer
E tudo que se valorizou
Quando ao olhar para trás
Se constatar que vivida ou não a vida passou?
Que valor terá?
Todas as heranças e certezas
Ganância e riquezas
Fragrância e pureza
Quando chegar a hora em que se verá
Que por trás dos bens só havia aflições e tristezas?
Que valor terá?
O que foi dito, mas não foi feito
E o que se dizia “não faça”
Mas era feito em segredo
O que foi escrito mas não foi mostrado
Não foi vivido, porém pregado
De que isso valerá
Quando chegar o dia
Em que se mostrará a nós, nossa hipocrisia?
Que valor terá?
Os versos e as prosas
As rimas que em gloria
Teciam palavras de aflitos poetas?
Que valor terá?
Quando percebemos que nossa filosofia foi vã?
Que valor terá a mente sã?
O instruído e o louco
As obras do sábio e do tolo
inteligência e a demência
A informação e a ciência?
Que valor terá?
Quando a voz da perfeição
Pronunciar nossos nomes
E não mais nos conceder clemência?
E os tesouros
Outrora maiores que os celeiros?
Que tanto nos serviu de esconderijo da dor e do medo
Que consumiu nosso tempo e nos escravizou, ainda cedo?
Que valor terá?
Quando na calada da noite escura
Se fizer a exclamação
E a excelência pedir a loucura
Sua alma, essência e razão...
Tudo o que até hoje preparamos...
Que valor terá?
Pra quem será?
De que servirá?
Servirá
Pra nos garantir
O medo de crer
Impedir o prazer de sorrir
E o fim, temer.
Não valerá!
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Cena da peça teatral "Sinais" de R. Simões
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LUANA Por Luizinho JR.
(Para a filha Luana)
Dança menininha, dança!
Ainda ontem estavas em um berço.
Hoje já danças.
Dança menininha, dança!
Ainda ontem eu também dançava, hoje te observo e me lembro.
Dança menininha, dança!
Ainda hoje percebi como o ontem passou tão rápido e o amanhã está tão
próximo.
Dança menininha, dança!
Meu hoje será teu amanhã e a dança não mudará.
Dança menininha, dança!
Amanhã observará o hoje dos seus e verá que a dança não muda.
Dança menininha, dança!
Amanhã perceberá que o ontem era belo.
Perceberá que o hoje é estranho e o amanhã é incerto.
Dança menininha, dança!
Pois a dança da infância é a única que se perpetua entre o ontem, o hoje e o
amanhã.
Dança menininha, dança!
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